Alberto Contador defende-se das suspeitas de dopagem com clembuterol, alegando que a ínfima quantidade que lhe foi detectada na urina terá origem numa carne contaminada que ingeriu durante a Volta a França. Em defesa desta tese saiu o especialista holandês Douwe de Boer, cujos cálculos ao volume de clembuterol encontrado na urina do ciclista indicam que nunca a substância poderá ter sido consumida durante a competição, na qual Contador se sagrou vencedor pela terceira vez.
Douwe de Boer indica que o valor máximo de clembuterol encontrado em Alberto Contador foi de 0,05 nanogramas por mililitro de sangue. Segundo as contas do especialista, tendo em conta a vida média da substância no organismo, nunca seria possível encontrar uma concentração tão baixa. Se tivesse sido tomado 24 horas antes do teste, a concentração teria de ser, no mínimo, de 0,1 ng/ml. Caso tivesse sido ingerida 32 horas antes, a concentração não poderia ser inferior a 0,09 ng/ml. Ingerida antes disso não seria detectável.
O holandês acredita ter-se tratado de contaminação por carne espanhola.
Em sentido inverso posicionou-se Rasmus Damsgaard, perito na luta antidopagem que já trabalhou nesse campo para a Saxo Bank. O dinamarquês suspeita de uma transfusão sanguínea. “Se o resultado está correto, é muito provável que tenha feito um ‘Landis’, o mesmo é dizer, que tenha recebido uma transfusão sanguínea com o seu próprio sangue, extraído uns meses antes, quando usou o clembuterol que agora recebeu de novo”, explicou Damsgaard ao canal dinamarquês TV2.
As dúvidas científicas que o caso está levantantando fazem a União Ciclista Internacional anunciar a suspensão provisória do ciclista, ao mesmo tempo que avança que o desenrolar do processo depende de “investigações científicas complementares”.
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