Simon Gerrans conseguiu, aos 31 anos o maior triunfo da sua carreira, um triunfo , para quem vâ na televisão fácil, para quem vai em cima da bicicleta difícil, depois de sete horas em alta velocidade, que fragilizou e afastou os principais os sprinters da discussão da corrida.
Inteligente, calculista e com sangue frio, Gerrans soube aproveitar a sua hora. Primeiro, deve ter estado às notícias dos jornais, pois Niballi apostava no triunfo e só o podia fazer atacando no Poggio. Assim, colou-se ao chefe de fila da Liquigaz e quando esta atacou, a 8 kms para o fim, foi o primeiro a seguir na sua roda. Depois, teve a sorte de Cancellara ter chegada ao duo e ter puxado sozinho até à meta. Aqui demonstrou frieza e sangue frio e, apesar de Cancellara solicitar o apoio dos seus colegas de escapada, estes limitaram-se a seguir na sua roda.

Gerrans levantou os braços. de alegria.
Para finalizar, soube esperar pelo momento certo vencendo com facilidade, um Cancellara cansado de puxar e um Niballi totalmente desgastado.
Ironia das ironias, Peter Sagan foi o primeiro do pequeno grupo que seguia atrás dos três fugitivos. Ironia porque sem o ataque de Niballi, não teria havido um grupo tão bom, ou muito dificilmente alguém teria escapado à vigilância do grupo, pois Peter Sagan teria em Niballi um elemento para o ajudar e levar ao triunfo, Ao atacar, Niballi estragou decisivamente a corrida para o homem mais rápido da sua equipa. Um erro crasso numa equipa que tem cometido muitos erros do género.
Com muito poucos sprinters no grupo da frente, Sagan era o homem mais forte de todos quantos lá iam, Oscar Freire, já sem idade para discutir um triunfo numa clássica tão longa e dura, apesar dos esforços da Katusha para anular a escapada, e nem mesmo Tom Boonen, que acabou por cair na reta da meta era suficiente rápido e possante para ultrapassar o campeão da Eslovénia.
Enfim, a um australiano segue-se outro, coisa impensável há meia dúzia de anos atrás.O ciclismo, tal como o temos vindo a dizer repetidamente, alterou o seu “status quo”, num curto espaço de tempo, e os países anglófonos começam a levar alguma supremacia em relação ao velho continente.
Quem não esteve bem foi Cavendish, cedo ficou não aguentando o ritmo,começando a acusar cansaço logo em le Manie a 90 kms para o risco. Rodeado de companheiros, ficou para tràs e arruinou as esperanças da poderosa equipa inglesa.
Depois seguiu-se Philippe Gilbert, o campeão belga até parecia estar em forma, depois dos problemas de saúde que o apoquentaram no Tirreno Adriático. Mas uma queda no Cipresse, penúltima dificuldade do dia, a cerca de 20 kms para o fim deitou por terra as esperanças do chefe de fila da BMC.
O duelo mais entusiasmante do Milão – S.Remo seria o de Cancellara – Boonen favorável ao suíço mas, nem um nem outro ganharam, pelo que se ficaram pelo empate. Mas daqui para a frente não faltarão corridas para desempatarem…
Rui Costa terminou na 51ª posição a 1’ 35 “ do vencedor, classificação que se pode considerar muito positiva, dado estarmos em presença de uma das corridas de maior prestígio mundial.
Classificação :
1 Simon GERRANS GEC 6:59:24
2 Fabian CANCELLARA RNT 0
3 Vincenzo NIBALI LIQ 0
4 Peter SAGAN LIQ 2
5 John DEGENKOLB PRO 2
6 Filippo POZZATO FAR 2
7 Oscar FREIRE GOMEZ KAT 2
8 Alessandro BALLAN BMC 2
9 Daniel OSS LIQ 2
10 Daniele BENNATI RNT 2
2 Fabian CANCELLARA RNT 0
3 Vincenzo NIBALI LIQ 0
4 Peter SAGAN LIQ 2
5 John DEGENKOLB PRO 2
6 Filippo POZZATO FAR 2
7 Oscar FREIRE GOMEZ KAT 2
8 Alessandro BALLAN BMC 2
9 Daniel OSS LIQ 2
10 Daniele BENNATI RNT 2
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