Já tínhamos saudades deste tipo de ciclismo. Já tínhamos saudades de um verdadeiro ataque, neste Tour e foi preciso o “ Pistoleiro”dar dois tiros para o ar, para semear o pânico no pelotão.
Ao atacar no Col de Manse, o chefe de fila da Saxo Bank já levava a lição estudada. Antes do ataque falou com Samuel Sanchez, para ter um aliado nesta aventura e, pernas para que te quero. No final os ganhos foram notórios : 1.06 para Andy, 55 para Basso, 18 segundos para Voeckler e Franck
Contador usou a inteligência, soube gerir as debilidades dos seus adversários, reconhecidas que são as dificuldades dos Schlecks para o frio, a chuva e as descidas. Reconhecer as capacidades dos seus adversários é uma virtude mas reconhecer as suas fraquezas é um engenho muito útil.
Husvhod voltou a ganhar numa fuga bem sucedida, mas hoje no Tour a grande notícia é que, finalmente, o ciclismo de ataque rejuvenesceu a prova, antevendo cenários dantescos nos três dias de Alpes, que faltam cumprir.
Cadel Evans, sempre atento, mais uma vez aproveitou a boleia e ganhou ainda alguns segundos a todos, na descida perigosa para Gap. Bom descedor, o australiano, com pezinhos de lã, sem se dar conta dele, lá vai mantendo o papel de principal favorito, agora que também Voeckler começa, finalmente a querer ceder.
No final da etapa , Contador pensava que tinha ganho uns 20 segundos apenas a Andy, quando soube da larga vantagem ficou bem satisfeito:
“ Foi uma grande diferença, mais do que eu estava à espera.”
A quinze kms da meta e depois de uma tripla aceleração, o factor surpresa surpreendeu :
“ Ficamos surpreendidos quando Contador atacou . Sabemos que é um corredor que ataca quando está bem. Estávamos à espera que dos seus ataques nos Alpes e não aqui .” as palavras de Franck no final da etapa.
Na sua fuga, Contador teve apenas a acompanhá-lo Sanchez, com quem tinha combinado atacar, e Cadel Evans:
“ Foi pena o Samuel estar um pouco justo, quando não podíamos ter ganho ainda mais tempo” reconheceu Contador que continuou:
“ Já tinha dito que não posso perder nenhuma oportunidade. Ainda não tenho as melhores sensações, mas não posso esperar. Queria atacar, pouco me importando quem seguia na minha roda.”
Sexto na geral a 3.42 do leader o espanhol reposicionou-se em relação aos Schlecks, com Andi a afirmar:
“ Naturalmente que não estou contente com a situação, mas não é o fim do Tour. Haverá outras oportunidades para ganhar tempo, estou desiludido, mas conservo a esperança.”
Estará Andy a pensar na etapa de quinta-feira na longa subida do Galibier, para tentar a sua sorte ?
Os dados estão lançados e o Tour ganhou novo fôlego, com um simples ataque de Contador. O único ataque, digno desse nome até ao momento.
Classificações – 16ª Etapa:
1. HUSHOVD Thor 51 TEAM GARMIN – CERVELO 3h 31′ 38″
2. HAGEN Edvald Boasson 114 SKY PROCYCLING 3h 31′ 38″ + 00′ 00″
3. HESJEDAL Ryder 55 TEAM GARMIN – CERVELO 3h 31′ 40″ + 00′ 02″
4. MARTIN Tony 175 HTC – HIGHROAD 3h 32′ 16″ + 00′ 38″
5. IGNATYEV Mikhail 195 KATUSHA TEAM 3h 32′ 30″ + 00′ 52″
6. PEREZ LEZAUN Alan 24 EUSKALTEL – EUSKADI 3h 33′ 03″ + 01′ 25″
7. ROY Jérémy 138 FDJ 3h 33′ 03″ + 01′ 25″
8. MARCATO Marco 206 VACANSOLEIL-DCM 3h 33′ 33″ + 01′ 55″
9. DEVENYNS Dries 125 QUICK STEP CYCLING TEAM 3h 33′ 33″ + 01′ 55″
10. GRIVKO Andriy 64 PRO TEAM ASTANA 3h 33′ 36″ + 01′ 58″
Geral
1. VOECKLER Thomas 181 TEAM EUROPCAR 69h 00′ 56″
2. EVANS Cadel 141 BMC RACING TEAM 69h 02′ 41″ + 01′ 45″
3. SCHLECK Frank 18 TEAM LEOPARD-TREK 69h 02′ 45″ + 01′ 49″
4. SCHLECK Andy 11 TEAM LEOPARD-TREK 69h 03′ 59″ + 03′ 03″
5. SANCHEZ Samuel 21 EUSKALTEL – EUSKADI 69h 04′ 22″ + 03′ 26″
6. CONTADOR Alberto 1 SAXO BANK SUNGARD 69h 04′ 38″ + 03′ 42″
7. BASSO Ivan 91 LIQUIGAS-CANNONDALE 69h 04′ 45″ + 03′ 49″
8. CUNEGO Damiano 161 LAMPRE – ISD 69h 04′ 57″ + 04′ 01″
9. DANIELSON Tom 52 TEAM GARMIN – CERVELO 69h 07′ 00″ + 06′ 04″
10. URAN Rigoberto 118 SKY PROCYCLING 69h 08′ 51″ + 07′ 55″
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