quinta-feira, 2 de junho de 2011

Como prevenir a Síndrome do Trato Iliotibial

 Síndrome do Trato Iliotibial é uma lesão inflamatória aguda comum em ciclistas, corredores (é conhecida também como “joelho do corredor”) e em outros atletas que praticam atividades que exigem movimentos repetitivos de flexão e extensão do joelho.
Caracteriza-se por uma dor na região lateral do joelho que ocorre devido ao atrito repetido do trato iliotibial contra o epicôndilo lateral do fêmur.
O trato iliotibial é uma fáscia que se localiza na parte lateral da coxa e é responsável principalmente pela estabilização ântero-lateral do joelho, tendo importância também na postura e equilíbrio monopodal (em uma perna só). Está conectado aos músculos glúteo máximo e tensor da fáscia lata, originando-se na pelve e inserindo-se distalmente na tíbia. Em seu trajeto até a inserção logo abaixo do joelho, o trato iliotibial passa sobre uma proeminência óssea no fêmur chamada de côndilo femural. À medida que ocorrem flexão e extensão do joelho, o tendão (trato iliotibial) sofre uma espécie de fricção sobre esta saliência do fêmur a aproximadamente 30º de flexão. Esse atrito repetido pode causar a irritação e inflamação da fáscia, o que acarreta os sintomas da síndrome.
Esses sintomas se caracterizam pela dor na região lateral do joelho, podendo irradiar-se para uma área maior, e estender-se até a tíbia, abaixo da patela. A crepitação e o edema em uma área sobre o côndilo lateral também podem ocorrer. Em alguns casos, os atletas com a síndrome do trato iliotibial apresentam concomitantemente dor na região do quadril, onde se origina o músculo tensor da fáscia lata.
O atleta geralmente percebe a dor durante a atividade, e a cada treino, pode aparecer mais precocemente. Muitos atletas relatam sentir fisgadas intensas, podendo ser severas, a ponto de fazer o atleta parar. Quando esta se torna mais crônica, pode incomodar em atividades cotidianas como subir e descer escadas, ou simplesmente caminhar mais rápido.
São causas comuns do surgimento da Síndrome do Trato Iliotibial:
● Encurtamento da banda iliotibial;
● Fraqueza do músculo glúteo médio e maior ativação ou encurtamento do músculo tensor da fáscia lata;
● Aumento abrupto de intensidade ou volume de treinamento;
● Pronação excessiva dos pés;
● Calçado inadequado para seu tipo de pé;
● Posicionamento incorreto dos pés no pedal da bike;
● Altura incorreta do banco da bike;
● Corrida em terrenos irregulares, subidas e descidas em excesso;
● Joelho varo (arqueado para fora), torção tibial ou epicôndilo lateral do fêmur anormalmente saliente.
Vale lembrar que as lesões geralmente não ocorrem por um fator isolado. O atleta já poderia ter um fator predisponente à lesão, e com aquele longão mal planejado ou aquela prova exaustiva a lesão surgiu e os sintomas vieram à tona.
Como tratamento, as possíveis causas da lesão encontradas pelo seu fisioterapeuta devem ser corrigidas. Os desequilíbrios musculares devem ser corrigidos com exercícios de alongamento e fortalecimento, assim como exercícios de estabilização e propriocepção. Outras técnicas podem ser aliadas aos exercícios, como a osteopatia e a crochetagem, para otimizar a recuperação da lesão e o retorno às atividades sem dor o mais rápido possível.

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