
Desde o frio industrial do norte italiano até o calor da Liguria, os ciclistas terão que atravessar no terceiro sábado de março, como já é costume, o túnel no Paso del Turchino, na metade da prova entre Milan e San Remo, simbolizando para alguns a celebração da transição entre os frios e solitários treinos de inverno e a primavera européia. Do frio ao calor, o sacrifício justificado pela glória de vencer a Clássica da Primavera.
Muitos são os corredores que tentam levar o primeiro Monumento do ano, justificando e até usando como argumento vitorioso durante o resto da temporada. Philippe Gilbert, Alessandro Ballan, Pozzato, Cancellara terão com certeza uma atitude ofensiva durante a prova, tentando o inevitável, que é chegar em pelotão no Poggio, uma colina de 4Km que os deixará a apenas 7 da meta. Sendo isso inevitável, o estouro da boiada ocorrerá (ou deveria ocorrer) ao término da descida do Poggio, evitando um confronto direto com os sprinters. Assim foi com Sean Kelly em 1992, Maurizio Fondriest em 1993, Laurent Jalabert em 1995, Bettini em 2003 e Fabian Cancellara em 2008.
Do outro lado, o interesse dos sprinters é que o pelotão chegue o mais agrupado possível, como ocorreu com Erik Zabel (1997, 1998, 2000 e 2001), Oscar Freire (2004, 2007 e 2010), Alessandro Pettachi (2005) ou Mark Cavendish (2009), que enfrentarão a rivalidade daqueles que ainda não sentiram o gosto da vitória, como Tyler Farrar, Thor Hushovd, Heinrich Haussler e Tom Boonen. Chegar ao sprint dependerá muito mais da capacidade de organização das suas equipes do que das suas qualidades propriamente ditas.
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